Estudos vem mostrando a importância da inserção do Cirurgião-dentista na equipe multidisciplinar de atendimento em pacientes que estão sob internação em hospitais. A importância do dentista tem mostrado diminuição no risco de infecções, no tempo de internação, na quantidade de prescrição de medicamentos e indicação de nutrição parenteral periférica (nutrição realizada por vias diferentes das gastrointestinais), e mostra uma melhora na qualidade de vida ao paciente sob âmbito hospitalar.
A Odontologia Hospitalar pode ser compreendida como cuidados das alterações bucais que exigem intervenções multidisciplinares em atendimentos de alta complexidade. A responsabilidade destes procedimentos é compartilhada entre médicos, dentistas e toda a equipe assistente. Normalmente, aqueles pacientes que são atendidos em hospitais são aqueles que possuem condições de saúde que contra indicam ou impedem a sua intervenção ou atendimento em consultórios convencionais, devido à falta de infraestrutura ou mesmo a ausência de uma equipe auxiliar devidamente treinada.
Para o cirurgião-dentista é um desafio grande atuar em hospitais, pois faz com que o profissional saia da sua zona de conforto, representada por procedimentos simples, em paciente saudáveis ou ligeiramente comprometidos, em consultórios confortáveis, ergonômicos e bem planejados. Em hospitais essa condição é um pouco diferente, os procedimentos são mais complexos. Dessa forma, é muito importante salientar a importância de uma equipe multidisciplinar e bem preparada para proporcionar um bom atendimento e uma boa estadia ao paciente que está internado.
No ambiente hospitalar, o paciente deve ser monitorado e os dentistas tem um papel fundamental em avaliar e cuidar da saúde oral do paciente, reforçando sempre que a saúde oral tem grande importância para a saúde geral e no cuidado do paciente como um todo, pois muitas manifestações na cavidade oral podem surgir devido a condições sistêmicas como doença respiratória, diabetes, uso de medicamentos como, por exemplo, o bisfosfonato (muito associada à osteonecrose) e AIDS, assim como as enfermidades sistêmicas também podem surgir a partir das condições orais, como por exemplo na doença periodontal, devido à grande variedade de espécies de bactérias presentes no biofilme oral.
Em alguns casos específicos, como pacientes que não podem ser submetidos à anestesia local, o atendimento em âmbito hospitalar é favorecido, devido à utilização de anestesia geral, excluindo o problema do não tratamento dentário decorrente desta limitação. Além disso, crianças que possuem muito medo de dentistas e em pacientes com necessidades especiais que possuem limitação física e mental, o tratamento odontológico sob anestesia geral facilita muita na execução, proporcionando um campo de trabalho mais acessível, um resultado de qualidade e um maior conforto ao paciente.
Embora a Odontologia Hospitalar não seja muito conhecida, ela apresenta um objetivo muito importante em contribuir com a equipe multidisciplinar e proporcionar um bem-estar e um envolvimento da saúde como um todo, tendo em vista o conforto e saúde do paciente.